Os clubes brasileiros são conhecidos, com razão, por serem burros e não conseguirem agir pelo bem do esporte que os sustenta. Se fossem sábios, ao invés de brigar dentro e fora do campo, se uniriam fora dele para impor limites e ver o futebol brasileiro crescer como um todo. Mas não farão.
Oportunidades são colocadas na mesa todos os dias, mas nenhum deles aproveita para ser gigante. Todos se contentam em ser apenas “clubes grandes”, não “grandes clubes”.
Quando colocada a Taça de Bolinhas em pauta, o São Paulo perdeu uma chance fantástica de ser diferente. Era só pegar, honrar o que assinou e criou, ir até o Flamengo e dar o que lhe é de direito. Mas não. Juvenal, que ignora o que ele mesmo assina, disse que não daria porque “o pessoal me mataria lá no clube”.
Justificativa que dá mais razão ainda ao Flamengo no caso. Mas, isso é apenas uma ocasião recente que uso para ilustrar o quanto o pensamento pequeno dos clubes brasileiros limitam o crescimento deles mesmos.
Hoje o Flamengo espera por Kleber, ídolo da torcida do Palmeiras, jogador colocado num patamar divino pelo técnico do clube e que acreditou ser um craque.
Não é. Nem em campo, menos ainda fora dele.
Tão burro quanto aqueles que o idolatram por ver “correria” e “pancadaria”, Kleber joga fora o único titulo que tem na vida: “Jogador querido pela torcida do Palmeiras”.
Porque ele é palmeirense como foi são paulino, como foi cruzeirense e amanhã, talvez, seja rubro-negro.
Se pensasse grande, e ainda esperamos que pense, o Palmeiras vai liberá-lo ainda hoje.
Se pensar gigante, o Flamengo vai retirar a proposta.
Primeiro porque ele não vale os 500 mil por mês. Segundo porque é um jogador de 28 anos (2 a menos que o Deivid) que não tem 15% do que o Deivid conseguiu na carreira.
E fica a maior pergunta de todas: Será o flamenguista tão cego ao ponto de preferir um atacante que corre igual louco sabendo estar investindo em algo que não lhe dará retorno?
Que retorno deu o Kleber a qualquer clube que o contratou?
Ele é um bom jogador, isso ninguém discute. Ídolo incontestável de organizada, pois faz parte delas. Ele bate, apanha, é maldoso e “não leva desaforo”. Pra torcedor isso não importa, mas pra organizada só isso importa.
Enquanto eu comentar futebol, considerarei o Kleber um bom jogador, e só.
O que ele está fazendo com a camisa do Palmeiras é ridículo, covarde e oportunista.
Ele foi colocado na situação de fazer isso pelo Felipão e pela torcida do Palmeiras, que enxerga num gladiador um craque. Acho que a própria história do clube já mostrou a estes que craque não entra em campo pra lutar, mas sim pra jogar bola.
Espero pouco do Palmeiras neste caso, pois se oferecem aumento pra quem age desta forma, se idolatram quem falta no clássico e se acham que outro clube não teria como pagá-lo, tão brilhante ele é considerado, acho difícil esperar alguma coisa menos medíocre do que dar o aumento.
Agora, na gávea há uma faca e um queijo na mesa. Se quiser ser enorme, agir como “grande clube” e não apenas um “clube grande”, é só ir a imprensa e dizer: “Por respeito ao Palmeiras, não aprovamos a postura do Kleber e por isso retiramos a proposta pelo jogador”.
Seja enorme, Flamengo! Retire a proposta pelo Kleber!
Aí sim, seríamos surpreendidos novamente.
Mas não seremos. Porque são todos iguais.
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