Em 05 de maio de 2012 estive em Xapuri com o objetivo de coletar depoimentos para meu trabalho de doutoramento, que na academia chamam de tese. Também fui lá com o intuito de participar de uma reunião para fundação da associação “Filho e Amigos de Xapuri”.
No sábado pela manhã participei da criação da associação e, inclusive, fui eleito “Diretor de Sustentabilidade” da mesma. Depois, rumei para o seringal em busca dos depoimentos para meu trabalho. Estudo experiências de seringueiros em anos de florestania.
Pela noite, aproveitei para rever velhos amigos e cantar novas canções. Como de costume, a situação atual da velha princesa foi debatida. Mesmo tentando fugir dessa temática, entre uma música e outra, entre um gole ou outro de cerveja, a situação de Xapuri foi avaliada. Acho que alguns, pelo fato (acho) de eu ser Professor de Economia, gostam de ouvir minhas opiniões sobre o município.
Dessa vez tive o prazer de conhecer uma teoria engraçada. Uma daqueles que surgem em mesa de bar. Uma “teoria sem contestação”, segundo afirmou seu formulador. Segundo o mesmo, a situação atual (para ele caótica) da cidade é proposital. Na sua visão, é necessário manter as coisas “na merda” (alerto que a expressão “na merda” não foi dita pelo formulador da teoria, pincei de uma entrevista de D. Carmem Veloso, concedida ano passado).
Xapuri, “na merda”, propicia “justificativas verdadeiras” para o Governo Estadual obter financiamentos externos. Bem, o interlocutor tinha tomado umas, então é necessário relevar. Mas penso que sua teoria nos coloca uma boa questão para reflexão.
Teorias de lado, o propósito desse post é apontar algumas sugestões de iniciativas que o futuro Prefeito poderia pensar em implantar na próxima gestão, visto que nessa “já era”. Sugestões simples, baseadas nas observações que costumo fazer nas idas para Xapuri. Quando estou lá fico observando as experiências, as falas, os gestos, os protestos e as resistências dos xapurienses.
Simples, porque penso que “o simples é o correto”. E, ainda, porque não envolveriam grandes somas de dinheiro para suas efetivações. Nesta minha última ida a Xapuri, ouvir de um Secretário Municipal que o problema era dinheiro, tudo parava na falta de grana. Não sei não, sei não.
Bem xapurienses, critiquem a vontade as propostas, e apontem outras ideias. Quem sabe não apresentamos aos candidatos.....
IDEIAS:
1) Domingueira no coreto: A prefeitura poderia revitalizar a Praça da Coronel Brandão implantando uma domingueira cultural. Ou seja, todos os domingos à tardinha, grupos musicais, grupos de dança, contadores de história, entre outras atrações xapurienses se apresentariam no antigo coreto (hoje abandonado). Em Xapuri o coreto foi construído em forma de lira. A lira é um instrumento de cordas conhecido pela sua vasta utilização durante a antiguidade. As récitas poéticas dos antigos gregos eram acompanhados pelo seu som, ainda que o instrumento não tivesse origem helênica.
A banda de música, que também parece que agoniza em Xapuri, alegraria todos com seus dobrados. Entre uma atração e outra.
As vendedoras de “bribotis” poderiam faturar algum, em barraquinhas padronizadas e organizadas. Far-se-ia uma espécie de feirinha do domingo. Para isso o Bar Bebum deveria desocupar o local.
2) Virada cultural: A exemplo de varias capitais do país, Xapuri poderia implantar sua “virada cultural”. Seriam 24 horas de cultura na cidade, uma vez por ano, em data escolhida a dedo. Com atrações locais e regionais. Parcerias com a iniciativa privada de Rio Branco seriam necessárias. Neste dia, seria realizado um festival de música (na linha do FAMP). Poderia até ser uma eliminatória do FAMP, ou o próprio.
3) Mirante encontro das águas: Aproveitando os estragos da última alagação (até como justificativa), um bom projeto poderia ser elaborado para desocupação e construção de uma passarela (mirante) ali na antiga descida da Praia do Zaire. Um calçadão (de madeira) ligando a Praça São Sebastião até o Marcos Leite. Com quiosques padronizados, para a população gerar renda. Do mirante os turistas poderiam observar o encontro dos rios Xapuri e Acre, ao cair da tarde. Bebericando uma cerva gelada.
4) Elaboração de um calendário anual de eventos, com divulgação via facebook.
Os eventos seriam programados com antecedência, com uma equipe competente para viabilizar patrocínios e pensar em atrativos para os visitantes.
Janeiro – festa de São Sebastião
Fevereiro – ranchos de antigamente
Março – Aniversário da cidade
Abril – algo a ser pensado
Maio – Festa das flores/mães – no antigo Bilhar revitalizado
Junho – Festas juninas
Julho – Festival de praia de Xapuri
Agosto – Carnaxapuri
Setembro – Sete de setembro
Outubro – algo a ser pensado
Novembro – algo a ser pensado
Dezembro – Semana natalina
Carlos Estevão Ferreira Castelo
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